domingo, 16 de setembro de 2007

Está Escuro Aqui, Não Está?

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Há dias em que sinto o tempo a passar por mim. Como se estivesse no meio de uma multidão, que corre na sua vida atarefada. Corre para todos os lados, em todos os sentidos. Cada um com o seu ponto final, com o seu objectivo.
Eu não tenho para onde ir. Ele vai passando e eu vou ficando para trás.
Mais um dia, e menos um cxaminho na minha lista das oportunidades. Outro dia, e outro, e outro, e eu vou dando pequenos passos, lentos e desordenados. Uns para cá, outros para lá, ao sabor do vento e dos empurrões da multidão.
Não tenho porque seguir esta ou outra direcção. Não me falta nada e o k tenho não me chega.
Não tenho porque chorar, e o que tenho não é suficiente para me fazer sorrir.
E o tempo passa.
As fo0lhas que caíram ao chão ainda lá estão. Ninguém as deitou no lixo, mas não há quem páre para as contemplar. Perderam o brilho... Porque estavam tristes! Esqueceram-se que já foram verdes, que já estiveram vivas. Caíram ao chão, quando podiam ter voado. Nem repararam que o tempo que passa não volta. E foram ficando para trás, perdidas.
São páginas que já foram lidas, que já contaram a sua parte da história. Umas relataram factos importantes. Outras serviram apenas para preencher espaços vazios. Outras ainda... poderiam ter sido o início para um final feliz. Mas erraram!... Erraram o caminho, erraram o tempo, erraram as personagens. E no final... Não havia para elas um final feliz.
Mais um livro volta para a prateleira. As suas últimas páginas nem sequer foram viradas.
E o tempo passa.
Sinto-o a passar por mim, como a brisa... refresca-me pele. Arrepia-me. Passa agora com mais força. Já foi brisa, agora é vento. Faz-me sentir frio. E volta ainda mais forte. Empurra-me. Derruba-me. Faz-me sentir medo. E eu deixo-o passar.
Choro! Às vezes não tenho força para me levantar.
E o tempo, que não volta atrás, nunca será meu!

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Patrícia de Oliveira

Patrícia de Oliveira
BUHHH